domingo, 8 de fevereiro de 2015

A DOR DE JESUS

A DOR DE JESUS

A DOR DE JESUS

     
A dor de Jesus Após a angústia no Getsêmani que o levou a exaustão total e à hematidrose, (suor de sangue) Jesus foi levado pelos soldados e por um grupo de funcionários do templo à casa de Caifás, o supremo sacerdote. Pela manhã, nesse local, ele seria apresentado ao mais alto conselho religioso - Sinédrio. Da casa de Caifás, depois de um interrogatório preliminar, Jesus foi levado a uma sala de detenção. Nesse local, Ele, com os olhos vendados, foi castigado. “os homens o feriram e zombavam dele dizendo: profetiza, então: quem foi que te bateu”, afirma Lucas em seu evangelho.

A FLAGELAÇÃO
Procedimento normal antes da crucificação, a flagelação - açoitamento - era executada pelos soldados romanos e era a mais temida de todas as punições. Para açoitar o condenado antes da crucificação, os soldados usavam um chicote de couro - o flagrum - com três ou mais extremidades, também de couro, com bolinhas de metal ou ossos de carneiro na ponta. Se os romanos não tinham nenhuma lei que regulasse o castigo e o número de chicotadas que seriam aplicadas nos condenados, era, no entanto, contra a Lei Mosaica ultrapassar 39 chibatadas. O livro de Deuterônimo esclarece: “até quarenta açoites lhe poderá dar, não mais”. Sendo com 3 pontas o chicote, 39 golpes fariam 117 lacerações. Para iniciar o castigo, a vítima era despida e, depois, tinha os pulsos amarrados a um objeto fixo com a coluna curvada.
O soldado ficava ao lado da vítima e, ao receber a ordem, golpeava as costas nuas do prisioneiro. O peso do osso nas pontas do chicote - flagrum - atingiam as costas e os braços, os ombros e as pernas ao mesmo tempo. O osso penetrava na carne, rasgando vasos sanguíneos, nervos, músculos e pele. Do ponto de vista médico, segundo Frederick Zugibe, ao receber a chicotada a respiração se torna superficial, pois respirar profundamente provoca dor pela tensão dos músculos. Depois do açoitamento, aparecem pelo corpo enormes feridas, (com matizes em preto, azul e vermelho) lacerações (despedaçamento), arranhões e inchaço ao redor das perfurações. Em sua obra, o médico esclarece também que nas vítimas da flagelação - açoitamento - podiam ocorrer vômitos, desmaios e tremores a cada chicotada. “A vítima era reduzida a uma massa de carne”.
Segundo ele, Jesus teve um estado prematuro de choque. Após as chicotadas, houve acúmulo de fluido ao redor dos pulmões e pode ter havido laceração no fígado e no baço. Depois dos maus tratos, do ponto de vista médico, atesta o legista, o quadro de Jesus era relativamente grave e ele estava prestes a sofrer um choque traumático. Além disso, como perdera sangue desde o Jardim do Getsêmani, suor de sangue, (hematidrose), e das hemorragias da flagelação, o Mestre da Humanidade estava com baixo volume de circulação sanguínea (hipovolemia), o que causa também suor abundante.
A COROA DE ESPINHOS
Quando o assunto é a morte de Jesus, muitas são as teorias e poucas contribuem para o esclarecimento da verdade. Até mesmo os espinhos utilizados na coroa são motivo de controvérsia entre os estudiosos. Para alguns botânicos, os espinhos usados para trançar a coroa de Jesus foram Espinheiro-de-Cristo Sírio - Rhamnus spinachristi. Outros, no entanto, defendem outras versões: Espinhos da Acácia (os judeus e os egípcios acreditam que essa planta simboliza a imortalidade), Gundelia, Mojave, Espinheiro-da-Virgínia e outros.
Apesar da divergência, Frederick Zugibe, médico-legista, autor do livro A Crucificação de Jesus, afirma que os espinhos eram duros, rentes e afiados e podem sido trançados em forma de boné, pois esta forma de trançar permitiu que uma quantidade maior de espinhos perfurasse o topo da cabeça, a fronte, a parte traseira e as laterais. Marcos, assim descreve o momento de coroação: “Vestiram-no de púrpura e puseram-lhe na cabeça uma coroa de espinhos que haviam tecido”.
Como consequência da perfuração dos espinhos na cabeça e, devido à grande quantidade de vasos sanguíneos no couro cabeludo, o sangue jorrava livremente pela face. Mateus relata que, após a coroação de Jesus com a coroa de espinhos, os soldados batiam-lhe com a cana sobre a cabeça. “E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana e batiam-lhe com ela na cabeça”.
Os golpes desferidos na cabeça ou na coroa de espinhos de Jesus irritavam os nervos e ativaram zonas nos lábios, do lado do nariz, ou no rosto, causando dores terríveis, similar a uma queimadura ou choque elétrico. Essa dor, segundo ele, podia ser interrompida abruptamente, mas era reiniciada com o menor movimento. A essa altura, Jesus já estava muito debilitado. Suou sangue - hematidrose - no Jardim do Getsêmani, foi espancado brutalmente na casa de Caifás e na sala da prisão e perdia sangue com a coroa de espinhos.
Nesse momento, acredita o médico, Jesus estava fraco, zonzo, pálido, com falta de ar, mal se sustentando em pé, além de surtos intermitentes de transpiração. Apesar de todo esse castigo, Jesus ainda enfrenaria o pior de todos eles: A crucificação. Coube a Pilatos a decretação e a pronúncia da sentença final irrevogável: tu deves ir para a cruz (íbis ad crucem

Como foi a morte de Cristo? | Prof. Felipe Aquino

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Qual o verdadeiro motivo da morte de Jesus?
Há pelo menos dois livros sérios sobre a paixão e morte de Jesus, em português. O mais antigo, escrito há mais de trinta anos, é do medico e cirurgião francês Pierre Barbet que estudou o assunto durante 25 anos. O livro se chama “A Paixão de Cristo Segundo o Cirurgião” (Ed.Loyola, SP). No próximo artigo eu coloco um resumo da Paixão do Senhor segundo Dr.Pierre.
Outro livro recente, sério, científíco, é do médico legista americano Dr. Frederick Zugibe, um dos mais conceituados peritos criminais em todo o mundo e professor da Universidade de Columbia, dissecou a morte de Jesus com a objetividade científica da medicina.
Ele foi patologista-chefe do Instituto Médico Legal de Nova York durante 35 anos. As suas conclusões estão no livro “A crucificação de Jesus – as conclusões surpreendentes sobre a morte de Cristo na visão de um investigador criminal”, recém-lançado no Brasil (Editora Idéia e Ação, 455 págs.).
Dr. Frederick, de 76 anos, é católico convicto, e realizou suas pesquisas com amor, devoção e respeito a Jesus Cristo, durante  meio século de sua vida estudou a verdadeira “causa mortis” de Jesus. Escreveu três livros e mais de dois mil artigos sobre o assunto, todos publicados em revistas especializadas, nos quais revela como foi a crucificação e quais as consequências físicas, do ponto de vista médico, dos flagelos sofridos por Cristo durante as  18 horas de sua paixão.
O legista afirma que a “causa mortis” de Jesus foi parada cardiorrespiratória decorrente de hemorragia e perda de fluidos corpóreos (choque hipovolêmico), isso combinado com choque traumático decorrente dos castigos físicos a ele infligidos.
Para seus estudos Dr. Zugibe utilizou uma cruz de madeira construída nas medidas que correspondem às informações históricas sobre a cruz de Jesus (2,34 metros por 2 metros), selecionou voluntários para serem suspensos, monitorou eletronicamente cada detalhe.
Os seus estudos sobre a morte de Jesus começam no Jardim das Oliveiras, quando Jesus passa por sua agonia mortal; em seguida  condenação, açoitamento e crucificação. O médico analisou o suor de sangue de Jesus no Horto das Oliveiras;  segundo o legista, com o fenômeno da hematidrose, raro na literatura médica, mas que pode ocorrer em indivíduos que estão sob forte stress mental, medo e sensação de pânico. As veias das glândulas sudoríparas se comprimem e depois se rompem, e o sangue mistura-se então ao suor que é expelido pelo corpo.
Jesus foi vítima de extrema angústia mental e isso drenou e debilitou a sua força física até a exaustão total. Para descrever com precisão os ferimentos causados pelo açoite, Dr. Zugibe pesquisou os tipos de chicotes que eram usados no flagelo dos condenados. Em geral, eles tinham três tiras e cada uma possuía na ponta pedaços de ossos de carneiro ou outros objetos pontiagudos. A conclusão é que Jesus Cristo recebeu 39 chibatadas (o previsto na  Lei Mosaica), o que equivale a 117 golpes, já que o chicote tinha três pontas. As consequências médicas são hemorragias, acúmulo de sangue e líquidos nos pulmões e possível laceração no baço e no fígado. A vítima também sofre tremores e desmaios, reduzida a uma massa de carne destroçada, ansiando por água, diz o legista.
Ao final do açoite, uma coroa de espinhos foi cravada na cabeça de Jesus, causando sangramento no couro cabeludo, na face e na cabeça. Os espinhos atingiram ramos de nervos que provocam dores terríveis quando são irritados. É o caso do nervo trigêmeo, na parte frontal do crânio, e do grande ramo occipital, na parte de trás. As dores do trigêmeo são descritas como as mais difíceis de suportar e há casos nos quais nem a morfina consegue amenizá-las.
Em busca de precisão científica, Dr.Zugibe foi a museus de Londres, Roma e Jerusalém para se certificar da planta exata usada na confecção da coroa. Entrevistou botânicos e em Jerusalém conseguiu sementes de duas espécies de arbustos espinhosos. Ele as cultivou em sua casa. O pesquisador concluiu então que a planta usada para fazer a coroa de espinhos de Jesus foi o espinheiro- de-Cristo sírio, arbusto comum no Oriente Médio e que tem espinhos capazes de romper a pele do couro cabeludo.
Após o suplício dessa coroação, amarraram nos ombros de Jesus a parte horizontal de sua cruz (cerca de 22 quilos) e penduraram em seu pescoço o título, placa com o nome e o crime cometido pelo crucificado, em latim, INRJ – Jesus Nazareno Rei dos Judeus. Jesus caminhou com a cruz, segundo Dr. Zugibe, oito quilômetros. Segundo ele, Cristo não carregou a cruz inteira, a estaca vertical costumava ser mantida fora dos portões da cidade, no local onde ocorriam as crucificações.
Ao chegar ao local de sua morte, as mãos de Jesus foram pregadas à cruz com pregos de 12,5 centímetros de comprimento. Esses objetos perfuraram as palmas de suas mãos, pouco abaixo do polegar, região por onde passam os nervos medianos, que geram muita dor quando feridos. Preso à trave horizontal, Cristo foi suspenso e essa trave, encaixada na estaca vertical. Os pés de Jesus foram pregados na cruz, um ao lado do outro, e não sobrepostos mais uma vez, ao contrário do que a arte e as imagens representaram ao longo de séculos. Os pregos perfuraram os nervos plantares, causando dores lancinantes e contínuas.
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'' ESTUDO SOBRE A MORTE DE JESUS''

 ''MENSAGEM BÍBLICA NO AR '' LADO A LADO COM VOCÊ !



Médico legista dos EUA faz uma inédita autópsia de Cristo e explica, cientificamente, o que ocorreu em seu corpo durante o calvário

NATÁLIA RANGEL

 
CALVÁRIO Após a sua condenação, Jesus enfrenta 18 horas de tortura até morrer na cruz
De duas, uma: sempre que a ciência se dispõe a estudar as circunstâncias da morte de Jesus Cristo, ou os pesquisadores enveredam pelo ateísmo e repetem conclusões preconcebidas ou se baseiam exclusivamente nos fundamentos teóricos dos textos bíblicos e não chegam a resultados práticos. O médico legista americano Frederick Zugibe, um dos mais conceituados peritos criminais em todo o mundo e professor da Universidade de Columbia, acaba de quebrar essa regra. Ele dissecou a morte de Jesus com a objetividade científica da medicina, o que lhe assegurou a imparcialidade do estudo. Temente a Deus e católico fervoroso, manteve ao longo do trabalho o amor, a devoção e o respeito que Cristo lhe inspira. Zugibe, 76 anos, juntou ciência e fé e atravessou meio século de sua vida debruçado sobre a questão da verdadeira causa mortis de Jesus. Escreveu três livros e mais de dois mil artigos sobre esse tema, todos publicados em revistas especializadas, nos quais revela como foi a crucificação e quais as conseqüências físicas, do ponto de vista médico, dos flagelos sofridos por Cristo durante as torturantes 18 horas de seu calvário. O interesse pelo assunto surgiu em 1948 quando ele estudava biologia e discordou de um artigo sobre as causas da morte de Jesus. Desde então, não mais deixou de pesquisar e foi reconstituindo com o máximo de fidelidade possível a crucificação de Cristo. Nunca faltaram, através dos séculos, hipóteses sobre a causa clínica de sua morte. Jesus morreu antes de ser suspenso na cruz? Morreu no momento em que lhe cravaram uma lança no coração? Morreu de infarto? O médico legista Zugibe é categórico em responder “não”. E atesta a causa mortis: Jesus morreu de parada cardiorrespiratória decorrente de hemorragia e perda de fluidos corpóreos (choque hipovolêmico), isso combinado com choque traumático decorrente dos castigos físicos a ele infligidos. Para se chegar a esse ponto é preciso, no entanto, que antes se descreva e se explique cada etapa de seu sofrimento.
Zugibe trabalhou empiricamente. Ele utilizou uma cruz de madeira construída nas medidas que correspondem às informações históricas sobre a cruz de Jesus (2,34 metros por 2 metros), selecionou voluntários para serem suspensos, monitorou eletronicamente cada detalhe – tudo com olhos e sentidos treinados de quem foi patologista-chefe do Instituto Médico Legal de Nova York durante 35 anos. As suas conclusões a partir dessa minuciosa investigação são agora reveladas no livro A crucificação de Jesus – as conclusões surpreendentes sobre a morte de Cristo na visão de um investigador criminal, recém-lançado no Brasil (Editora Idéia e Ação, 455 págs., R$ 49,90). “Foi como se eu estivesse conduzindo uma autópsia ao longo dos séculos”, escreve o autor na introdução da obra. Trata-se de uma viagem pela qual ninguém passa incólume – sendo religioso, agnóstico ou ateu. O ponto de partida é o Jardim das Oliveiras, quando Jesus se dá conta do sofrimento que se avizinha: condenação, açoitamento e crucificação. Relatos bíblicos revelam que nesse momento “o seu suor se transformou em gotas de sangue que caíram ao chão”. A descrição (feita pelo apóstolo Lucas, que era médico) condiz, segundo o legista, com o fenômeno da hematidrose, raro na literatura médica, mas que pode ocorrer em indivíduos que estão sob forte stress mental, medo e sensação de pânico. As veias das glândulas sudoríparas se comprimem e depois se rompem, e o sangue mistura-se então ao suor que é expelido pelo corpo.
DEPOIS DA CRUZ Jesus morreu de parada cardiorrespiratória
Fala-se sempre das dores físicas de Jesus, mas o seu tormento e sofrimento mental, segundo o autor, não costumam ser lembrados e reconhecidos pelos cristãos: “Ele foi vítima de extrema angústia mental e isso drenou e debilitou a sua força física até a exaustão total.” Zugibe cita um trecho das escrituras em que um apóstolo escreve: “Jesus caiu no chão e orou.” Ele observa que isso é uma indicação de sua extrema fraqueza física, já que era incomum um judeu ajoelhar-se durante a oração. A palidez com que Cristo é retratado enquanto está no Jardim das Oliveiras é um reflexo médico de seu medo e angústia: em situações de perigo, o sistema nervoso central é acionado e o fluxo sangüíneo é desviado das regiões periféricas para o cérebro, a fim de aguçar a percepção e permitir maior força aos músculos. É esse desvio do sangue que causa a palidez facial característica associada ao medo. Mas esse era ainda somente o começo das 18 horas de tortura. Após a condenação, Jesus é violentamente açoitado por soldados romanos por ordem de Pôncio Pilatos, o prefeito de Judéia. Para descrever com precisão os ferimentos causados pelo açoite, Zugibe pesquisou os tipos de chicotes que eram usados no flagelo dos condenados. Em geral, eles tinham três tiras e cada uma possuía na ponta pedaços de ossos de carneiro ou outros objetos pontiagudos. A conclusão é que Jesus Cristo recebeu 39 chibatadas (o previsto na chamada Lei Mosaica), o que equivale na prática a 117 golpes, já que o chicote tinha três pontas. As conseqüências médicas de uma surra tão violenta são hemorragias, acúmulo de sangue e líquidos nos pulmões e possível laceração no baço e no fígado. A vítima também sofre tremores e desmaios. “A vítima era reduzida a uma massa de carne, exaurida e destroçada, ansiando por água”, diz o legista.
Ao final do açoite, uma coroa de espinhos foi cravada na cabeça de Jesus, causando sangramento no couro cabeludo, na face e na cabeça. Também nesse ponto do calvário, no entanto, interessa a explicação pela necropsia. O que essa coroa provocou no organismo de Cristo? Os espinhos atingiram ramos de nervos que provocam dores lancinantes quando são irritados. A medicina explica: é o caso do nervo trigêmeo, na parte frontal do crânio, e do grande ramo occipital, na parte de trás. As dores do trigêmeo são descritas como as mais difíceis de suportar – e há casos nos quais nem a morfina consegue amenizá-las. Em busca de precisão científica, Zugibe foi a museus de Londres, Roma e Jerusalém para se certificar da planta exata usada na confecção da coroa. Entrevistou botânicos e em Jerusalém conseguiu sementes de duas espécies de arbustos espinhosos. Ele as plantou em sua casa, elas brotaram e cresceram. O pesquisador concluiu então que a planta usada para fazer a coroa de espinhos de Jesus foi o espinheiro- de-cristo sírio, arbusto comum no Oriente Médio e que tem espinhos capazes de romper a pele do couro cabeludo. Após o suplício dessa “coroação”, amarraram nos ombros de Jesus a parte horizontal de sua cruz (cerca de 22 quilos) e penduraram em seu pescoço o título, placa com o nome e o crime cometido pelo crucificado (em grego, crucarius). Seguiu-se então uma caminhada que os cálculos de Zugibe estimam em oito quilômetros. Segundo ele, Cristo não carregou a cruz inteira, mesmo porque a estaca vertical costumava ser mantida fora dos portões da cidade, no local onde ocorriam as crucificações. Ele classifica de “improváveis” as representações artísticas que o mostram levando a cruz completa, que então pesaria entre 80 e 90 quilos.
RELIGIÃO “Em nenhum momento meu livro contradiz as escrituras. Os meus estudos só reforçaram a minha fé em Deus”, diz o legista Zugibe

Ao chegar ao local de sua morte, as mãos de Jesus foram pregadas à cruz com pregos de 12,5 centímetros de comprimento. Esses objetos perfuraram as palmas de suas mãos, pouco abaixo do polegar, região por onde passam os nervos medianos, que geram muita dor quando feridos. Já preso à trave horizontal, Cristo foi suspenso e essa trave, encaixada na estaca vertical. Os pés de Jesus foram pregados na cruz, um ao lado do outro, e não sobrepostos – mais uma vez, ao contrário do que a arte e as imagens representaram ao longo de séculos. Os pregos perfuraram os nervos plantares, causando dores lancinantes e contínuas.
Preso à cruz, Cristo passou a sofrer fortes impactos físicos. Para conhecê-los em detalhes, o médico legista reconstituiu a crucificação com voluntários assistidos por equipamentos médicos. Os voluntários tinham entre 25 e 35 anos e o monitoramento físico incluiu eletrocardiograma, medição da pulsação e da pressão sangüínea. Eletrodos cardíacos foram colados ao peito dos voluntários e ligados a instrumentos para testar o stress e os batimentos cardíacos. Todos os voluntários observaram que era impossível encostar as costas na cruz. Eles sentiram fortes cãibras, adormecimento das panturrilhas e das coxas e arquearam o corpo numa tentativa de esticar as pernas.
A partir desse derradeiro, corajoso e ousado experimento realizado por Zugibe, ele passou a discutir o que causou de fato a morte de Cristo. Analisou três teorias principais: asfixia, ruptura do coração e choque traumático e hipovolêmico – por isso a importância médica e fisiológica de se ter descrito, anteriormente e passo a passo, o processo de tortura física e psíquica a que Jesus foi submetido. A teoria mais propagada é a da morte por asfixia, mas ela jamais foi testada cientificamente. Essa hipótese sustenta que a posição na cruz é incompatível com a respiração, obrigando a vítima a erguer o corpo para conseguir respirar. O ato se repetiria até a exaustão e ele morreria por asfixia quando não tivesse mais forças para se mover. Defende essa causa mortis o cirurgião francês Pierre Barbet, que se baseou em enforcamentos feitos pelo Exército austro-germânico e pelos nazistas no campo de extermínio de Dachau. Zugibe classifica essa tese de “indefensável” sob a perspectiva médica. Os exemplos do Exército ou do campo de concentração não valem porque os prisioneiros eram suspensos com os braços diretamente acima da cabeça e as pernas ficavam soltas no ar. Não é possível comparar isso à crucificação, na qual o condenado é suspenso pelos braços num ângulo de 65 a 70 graus do corpo e tem os pés presos à cruz, o que lhe dá alguma sustentação. Experimentos feitos com voluntários atados com os braços para o alto da cabeça mostraram que, em poucos minutos, eles ficaram com capacidade vital diminuída, pressão sangüínea em queda e aumento na pulsação. O radiologista austríaco Ulrich Moedder também derruba o raciocínio de Barbet afirmando que esses voluntários não suportariam mais de seis minutos naquela posição sem descansar. Pois bem, Jesus passou horas na cruz.
Quanto à hipótese de Cristo ter morrido de ruptura do coração ou ataque cardíaco, Zugibe alega ser muito difícil que isso ocorra a um indivíduo jovem e saudável, mesmo após exaustiva tortura: “Arteriosclerose e infartos do miocárdio eram raros naquela parte do mundo. Só ocorriam em indivíduos idosos.” Ele descarta a hipótese por falta de provas documentais. Prefere apostar no choque causado pelos traumas e pelas hemorragias. A isso somaram-se as lancinantes dores provenientes dos nervos medianos e plantares, o trauma na caixa torácica, hemorragias pulmonares decorrentes do açoitamento, as dores da nevralgia do trigêmeo e a perda de mais sangue depois que um dos soldados lhe arremessou uma lança no peito, perfurando o átrio direito do coração. Zugibe usa sempre letras maiúsculas nos pronomes que se referem a Jesus e se vale de citações bíblicas revelando a sua fé. Indagado por ISTOÉ sobre a sua religiosidade, ele diz que os seus estudos aumentaram a sua crença em Deus: “Depois de realizar os meus experimentos, eu fui às escrituras. É espantosa a precisão das informações.” Ao final dessa viagem ao calvário, Zugibe faz o que chama de “sumário da reconstituição forense”. E chega à definitiva causa mortis de Jesus, em sua científica opinião: “Parada cardíaca e respiratória, em razão de choque traumático e hipovolêmico, resultante da crucificação.”